domingo, 18 de dezembro de 2016 | By: PAULO HENRIQUE TÜCKMANTEL DIAS

IEP - O INCÊNDIO

















INCÊNDIO DO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO: A TRAGÉDIA ANUNCIADA
Fotos: Arlindo Gregório
Poucos episódios consternaram Pirassununga como o incêndio do Instituto de Educação, ocorrido no início dos anos 80.
O descaso das autoridades, que ignoraram os alertas e apelos da direção da escola sobre o estado crítico no qual se encontrava o Instituto de Educação, também causou revolta e ainda continua, 35 anos depois, “entalado na goela de todos nós”, que testemunhamos, estarrecidos, a tragédia mais que anunciada.
O regime era militar. O presidente da República era o General João Baptista de Oliveira Figueiredo e Paulo Salim Maluf o governador de São Paulo, eleito indiretamente pelo Colégio Eleitoral. O prefeito de Pirassununga era Rubens Santos Costa.
Tente imaginar se um incêndio daquela proporção ocorresse nos dias atuais no mesmo Instituto de Educação, a repercussão que o sinistro provocaria nas mídias e nas redes sociais.
CHORO E DESESPERO.
Dia 21 de abril de 1981, terça-feira. A notícia de que o prédio estava pegando fogo depressa se espalhou e levou centenas de pessoas ao local. Ninguém queria acreditar naquilo que via.
Atabalhoadas, tentavam salvar o que podiam, como se cada peça ou objeto ali existente fosse “um pedaço de cada um” que ardia e se consumia em chamas.
A Rádio Difusora passou a transmitir flashes do local, orientando e pedindo ajuda da população. A emissora também entrou em cadeia com a Rádio Bandeirantes. Em suas considerações, o radialista Salomão Esper, que estudou no Instituto, lamentou a omissão das autoridades que poderiam ter evitado aquele lamentável desfecho.
Aquela tarde do feriado do Dia de Tiradentes jaz na memória de todos nós que tivemos o privilégio de estudar naquele “Bendito Templo de Instrução”.
REMEMORANDO OS FATOS
Antevendo aquele infortúnio, as diretoras Maria Cecilia da Silva Lima (1976/1980) e Maria Lucia Silveira Rodrigues (1980/1987) oficializaram reiteradamente as autoridades estaduais e municipais sobre a necessidade urgente de reformas, dada a precariedade das instalações elétricas do prédio, forros tomados por cupins e ninhos de pombas, goteiras sobre fios desencapados, entre outras precariedades.
Imprensa, instituições, lideranças locais e a população se uniram para lutar e preservar aquele tão caro patrimônio do município, denunciando os descasos e cobrando ações imediatas do Governo do Estado. Tudo em vão. A tragédia estava anunciada.
TAXISTA TESTEMUNHOU O INÍCIO DO INCÊNDIO
Por volta das 13h30, o motorista de taxi, Orlando Calharani, ao ouvir um estouro seguido de uma fumaça escura que saia do interior do prédio, logo avisou o prefeito Rubens Santos Costa, que residia nas imediações do IEEP.
Essas fotos, cedidas por Arlindo Gregório (Nenê), registram a movimentação e o desespero de todos diante das cenas chocantes que se apresentavam naquele feriado nacional.
Mal acreditando no que viam, as pessoas, desesperadas, chegavam nervosas, afobadas e, muitas delas, aos prantos. Todos tentavam salvar mobílias, piano, quadros, cadeiras do Salão Nobre, livros, arquivos, documentos, empilhando-os na rua José Bonifácio, nas ruas laterais e ao lado da igreja.
Soldados do Exército e carros pipas da prefeitura, Usina São Luiz, Caninha 51 e da Transportadora Castro também foram mobilizados.
Num esforço hercúleo, apoiavam as viaturas dos bombeiros da Academia da Força Aérea, de Araras e de São Carlos também foram acionados.
COMISSÃO PRO-RESTAURAÇÃO DO IEEP
Apagadas as chamas, a imagem do Cristo na cruz, queimada e dilacerada, simbolizava a agonia dos pirassununguenses em meio aos destroços. A sensação era de impotência.
O sinistro suscitou a criação imediata da Comissão Pro-Restauração do IEEP, presidida pelo professor Daniel Caetano do Carmo, que passou a conduzir as ações junto aos órgãos públicos.
Formado por mais de 30 representantes, o grupo pressionou o então governador de São Paulo, Paulo Salim Maluf, a liberar a verba necessária para a restauração do prédio.
Vale destacar a participação do arquiteto pirassununguense Luiz Antonio Magnani.
Além de ex-aluno, fazia parte do Condephaat - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico.
Como consultor técnico, orientou nas decisões da Comissão Pró-Restauração, e fez também valer seus conhecimentos e influência juntos aos órgãos estaduais e federais.
RESULTADOS PROMISSORES
A Comissão Pro-Restauração lutou para que o IEEP voltasse a ser exatamente o que era quando de sua inauguração em 1914.
Por meio da imprensa escrita e falada, todas as decisões e andamento do processo eram transmitidas à população.
Em 1982 o prédio foi tombado. Uma grande solenidade marcou o evento.
No ano de 1983, nosso majestoso Instituto de Educação fora finalmente reinaugurado, voltando a sua vida normal. Em 2011 comemorou o seu centenário de fundação.
REGISTRO HISTÓRICO: BENDITO TEMPLO DE INSTRUÇÃO
Em 1993, por iniciativa própria, o professor e pesquisador Israel Foguel dirigiu e lançou o documentário “Bendito Templo de Instrução”, esclarecendo o que de fato ocorreu antes, durante e após o incêndio do Instituto de Educação.
Mostra cenas do prédio em chamas, registradas de cima da torre da Igreja Matriz Senhor Bom Jesus dos Aflitos, em Super 8, pelo fotografo e cinegrafista Rubens Zerbetto.
Com duração de 1h40, a produção traz depoimentos das diretoras do Instituto de Educação, Maria Cecilia da Silva Lima e Maria Lucia Silveira Rodrigues, dos prefeitos Rubens Santos Costa e Fausto Victorelli, do taxista Orlando Calharani, do presidente da Comissão Pró-Restauração, Daniel Caetano do Carmo, do funcionário Carlindo Lapola, do professor Arnaldo Duarte de Oliveira, entre outros.
FERIADO DE TIRADENTES FORA PROVIDENCIAL
Fatos entristecedores como o incêndio do Instituto de Educação, mesmo que causem reações incomodas ou coisas que o valham, precisam e devem ser sempre lembrados, para que nada parecido ou pior que isso, possa novamente ocorrer em Pirassununga.
Que bom que naquele trágico episódio as perdas foram apenas materiais e puderam ser recuperadas. O Dia de Tiradentes fora providencial. O incêndio ocorreu num feriado, quando não havia ninguém no interior da escola: alunos, professores e funcionários. Poderia ter sido muito pior.
Isso é história!

 FONTE: https://www.facebook.com/roberto.bragagnollo/media_set?set=a.573620976178808.1073741940.100005927317725&type=3&pnref=story

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016 | By: PAULO HENRIQUE TÜCKMANTEL DIAS

Estação de Emas




POR QUE O PRINCIPAL POLO TURÍSTICO-GASTRONÔMICO DA REGIÃO RECEBEU O NOME DE CACHOEIRA DE EMAS? 

O que deu origem à formação do povoado - a Cachoeira de Emas que conhecemos hoje - foi a pequena estação ferroviária, a Estação de Emas, da Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais, inaugurada em 1886 às margens do rio Mogi-Guaçu. 

Nesta foto vemos a segunda Estação de Emas, construída e inaugurada em 1891 na “Fazenda da Barra” - hoje Fazenda da Aeronáutica. 

A Estação de Emas está abandonada e os edifícios encontram-se em ruínas.

Roberto Bragagnollo


Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=571028186438087&set=a.571027846438121.1073741936.100005927317725&type=3&theater