segunda-feira, 23 de julho de 2012 | By: PAULO HENRIQUE TÜCKMANTEL DIAS

Estação de trem cachoeira de emas



Ricardo Missão
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Em 1886 houve necessidade da construção e abertura de um ramal que pudesse transportar cargas para o outro lado do rio Mogi Guaçu. Chamada de Ramal de Santa Veri-diana, a estação seria responsável por ligar Laranja Azeda até Decalvado. Nascia aí a Estação de Emas.
Responsável pela origem do distrito que leva o nome de Cachoeira de Emas, a estação faria apenas o transporte de cargas, após ser construída pela Cia Paulista de Estradas de Ferro. Mas a burocracia da época e uma “briga” entre as ferrovias Mogiana e a Cia Paulista atrasou seu início e o tal prolongamento para Santa Veridiana seria decidido apenas em 1888, sob forte pressão contrária da Mogiana, que alegava invasão de sua “zona privilegiada”.
Segundo o pesquisador Ralph Mennucci Giesbrecht, autor do livro “Caminho para Santa Veridiana”, a Cia Paulista decidiu ampliar o ramal para atingir a zona cafeeira de Santa Cruz das Palmeiras, além do rio, e bem próxima à linha-tronco da concorrente. Mudou o curso do ramal, construiu outra estação, demoliu a velha e fez uma ponte metálica. A nova estação, inaugurada em 1891, foi construída na “Fazenda da Barra” - hoje Fazenda da Aeronáutica.
Hoje, a Estação de Emas está abandonada e parte dos edifícios se encontra em ruínas. Uma luta contra a ação do tempo para manter viva a história de Pirassununga. Com alicerces de pedra e vigas de ferro fundido, o antigo depósito e a pequena estação ainda estão de pé, mas com a estrutura comprometida. O ramal foi desativado em 1976 e os trilhos retirados no início da década de 80. 

“Cachoeira de Piraçununga”
Segundo o escritor Xavier Novaes, em seu livro “Apontamentos Sobre a Cidade de Pirassununga”, o pequeno povoado era antes conhecido como “Cachoeira de Piraçununga”. Com a construção da Estação de Emas, a única referência do local, a cachoeira do rio Mogi-Guaçu (não havia uma cachoeira e sim uma corredeira), que ficava próxima à Estação de Emas, passou a se chamar Cachoeira de Emas.
O professor Manuel Pereira de Godoy cita em seu livro que o nome “Emas” dado àquela estaçãozinha de trem se deu devido à abundância dessa ave típica do cerrado nas proximidades daquele pequeno terminal de cargas. No caso, o que os moradores do povoado viam não eram Emas, mas sim Siriemas, ave-símbolo do cerrado brasileiro.


Jornal O Movimento - Pirassununga